Teoria da Arquitetura

Antes de projetar é necessário pensar no usuário, no futuro do usuário no espaço a ser concebido.

As áreas de conhecimento da arquitetura são:

• Psicologia: A ciência que estuda o comportamento e os processos mentais.
• Antropologia: A ciência que estuda o homem/humanidade, usando todas as dimensões.
• Etnologia: Características das etnias, buscando apreciar e comparar os tipos de culturas.
• Arte, música, escultura, teatro, etc.

Nesse sentido o arquiteto ou o estudante ao projetar um edifício ou uma cidade "parte" sai de determinados conceitos:

• Esta parte é o que define o partido arquitetônico.
• As partes da construção.
• As partes da cidade.
• Buscar padrões que unem e dão sentido às arquiteturas de diversas culturas.
• A natureza e seus padrões geométricos estão presentes na criação do espaço em muitas culturas do mundo.
• Projetar em proporções Áureas.

O primeiro tratado de Arquitetura no mundo ocidental, foi "De Architectura", escrito no século 1d.C, na Idade Antiga, civilização clássica greco-romana, foi escrito em Roma por Marcus Vitruvius.

Mais informações: Vitruvius

O conceito do tratado foi pelo qual a arquitetura necessita de outros conhecimentos, como: Filosofia, Astronomia, Matemática, Estética, Tecnologia, Música, etc.

Marcus Vitruvius dividiu o estudo da arquitetura em 4 categorias, que são: Utilitas, Firmitas, Venustas e Decorum.

Utilitas: Refere-se a comodidade, foi associada à função e ao utilitarismo. (Utilidade da obra)

Firmitas: Refere-se à estabilidade, ao caráter construtivo da arquitetura resistente. (Estabilidade da obra)

Venustas: Refere-se à beleza e à apreciação da estética. (Estética da obra)

Decorum: Associado à dignidade da arquitetura, para evitar os elementos supérfluos, respeitando as tradições e as ordens arquitetônicas.

Exemplo: Numa residência, a Utilitas seria a parte do espaço interior, onde tem a função de abrigar o morador. A Firmitas seria a laje, as vigas, os pilares que sustentam a casa. A Venustas seria o ornamento da obra, a forma arquitetônica. O Decorum é a idéia de casa, o formato de casa.

Para um melhor entendimento do Partido Arquitetônico, é importante analisar a obra arquitetônica. Vamos analisar o Templo de Lotus, é o projeto do arquiteto Fariburz Sahba, se localiza em Delhi, na Índia.

O Partido Arquitetônico do templo foi baseado na Flor de Lotus, uma espécie de flor bem comum na Índia, encontrada em vários lugares do país, também considerado um antigo símbolo religioso, símbolo de pureza, onde representa Deus. Tem o significado de evolução de todas as coisas criadas.

O Templo de Lotus é rodeado por 9 piscinas, tem um auditório com capacidade de 1200 pessoas.

Uma obra feita em concreto armado, onde facilita a transferência dos esforços para a terra. Composto por abóbodas e arcos, eliminando as vigas. As abóbodas se auto sustentam, descarrega os esforços em 9 arcos.

Baseado na estética da flor, há proporções áureas, com simetrias. Após a finalização, é fácil de perceber a harmonia na obra.

Com a análise do Templo de Lotus, foi fácil de visualizar os padrões da natureza, as proporções, a simetria. Mas não é só no Templo de Lotus que existem os padrões da natureza, a natureza está presente na arquitetura e urbanismo de muitos povos.

Mais informações: Templo de Lotus

Padrão da Natureza: É o que se repete na natureza e os seres humanos utilizam nas obras, ajudando na orientação quando projetar. Quase tudo o que se encontra na natureza está em forma de espiral logarítimica, e para visualizar o mesmo, depende do conhecimento do observador. A natureza apresenta suas partes ou objetos em perfeitas proporções, chegando na proporção áurea.

O padrão visual mais conhecido e utilizado na natureza e também na cultura dos povos é a simetria.

• Espiral Logarítimica: Foi estudada por Jacob Bernoulli (1654-1705), que chamou a esta curva de spira mirabilis (em latim, espiral maravilhosa). Alguns exemplos de espiral na natureza são os ciclones tropicais, as teias de aranha, as conchas de moluscos, os falcões se aproximam de sua presa segundo uma espiral logarítimica, etc.
• Proporção Áurea: Também chamado de número de ouro, e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. Este número está envolvido com a natureza do crescimento.
• Sequência Fibonacci: Sequência usada para descrever o crescimento de uma população de coelho. Representa a soma do número anterior com o posterior (1,1,2,3,5,8,13,...) e ao dividir o posterior pelo anterior, encontrará o resultado 1,618, ou seja, o número de ouro.

É importante a aplicação dos padrões da natureza nos projetos arquitetônicos e muito mais importante é a captação da "alma do lugar", onde traz a vida ao projeto.

Analisando a obra arquitetônica da Catedral Metropolitana de Managua, autoria do arquiteto mexicano Ricardo Legorreta, onde capturou a alma da região, onde é frequentada por uma população com origens étnicas indígenas pré-colombianos.

Os padrões da natureza aplicados pelo arquiteto nessa obra, é a simetria, as formas puras, como os cubos, triângulos e as esferas. O arquiteto estabeleceu a "alma" nesta obra quando misturou símbolos dos antepassados com os símbolos atuais.

Alguns dos símbolos aplicados para que a obra lembre um espaço religioso é a cruz, o altar, a capela, a nave principal e as cúpulas.

Os materiais utilizados, de maior importância foi o concreto aparente e o mármore.

Um detalhe interessante que o arquiteto trouxe à obra foram as 80 cúpulas na parte superior da igreja, com o significado das 80 igrejas existentes.

Quando se pensa nos padrões da natureza, é importante pensar na estética dos elementos opostos em busca do equilíbrio. Os povos orientais desenvolveram ao longo dos tempos uma teoria estética baseada na observação da natureza, assim, como fizeram os povos primitivos.

Desta observação nasceu a teoria do Yin-Yang ou dos opostos que se completam.

Mais informações: Yin-Yang

Podemos encontrar alguns exemplos no cotidiano:

Yang /Yin

Masculino/Feminino

Quente/Frio

Rugoso/Liso

Luz/Sombra

Terra/Água

Claro/Escuro

Sol/Terra

• No caso de uma obra em relação ao espaço urbano (entorno), obras que apresentam esta composição equilibrada.
• Em relação ao equilíbrio Yin-Yang na própria obra.